segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Das limitações

Muro de pedra
na minha janela,
tapa a vista
da minha ruela.

Paisagem pobre,
pouco admirada,
dessa realidade
por todos rejeitada.

Cinza cor
de uma estampa qualquer;
gaiola de cimento
não me deixa ver,
não deixa inspirar,
tampouco, entender.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fim de ano, praia e Gabriel

Mesmo sabendo da tranqueira que me aguardava, peguei o ônibus e passei o feriado com a família, na praia. Tive também a agradável companhia de um homem que me diverte, tem muito jeito com as palavras e fala de amor. O Gabriel me falou sobre amor e velhice. A propósito, a maneira como ele desenha a velhice me dá vontade de ter uma assim. Ele encara como um estado quase superior do ser humano, em que há entendimento, em que a pessoa tem autoridade sobre si mesma e ainda há busca pela felicidade (com muito mais esclarecimento). É como se a vida não estivesse prestes a terminar; é como se houvesse uma vida toda pela frente, com a vantagem de se ter muito mais experiência e liberdade.

Foi assim, um caso de fim de semana, com o título "Memórias de minhas putas tristes". Mas, já o conhecia. Meses atrás, apaixonei-me com o romance "O amor nos tempos do cólera". Este foi um relacionamento mais longo, mas não menos intenso. Notei algumas semelhanças entre os protagonistas: ambos apaixonados, mulherengos, solitários, cultuando sua amada e preservando um santuário para ela. Isso sem falar no profundo conhecimento de "xinaredos" que eles têm. Tantas são as semelhanças que eu só posso acreditar que tenham embasamento na vida do próprio autor (vai saber...).

Buscarei outros títulos deste homem, pois também estou apaixonada... por estas narrativas, pela palavras. Oxalá um dia minhas palavras sejam boas assim.