Com um não escondo
aquilo que revelo no olhar.
Mostro num gesto
o que não quero falar.
Será que consegues compreender?
Por que me dizes uma coisa,
se queres realmente outra?
O que queres que eu entenda
com as frases que me falas?
O que queres que eu saiba
está entre uma frase e outra.
Falas a noite inteira
coisas que me desagradam.
Mas, com uma única palavra, ao fim,
queres que eu esqueça tudo?
São tantas estas coisas
que estão entre as nossas linhas.
domingo, 5 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Uma dica
Hoje vou dar uma dica: o blog parafrancisco.blogspot.com. O link dele está ali ao lado, é só clicar.
Por que isso? O que tem de tão legal nesse blog?
Ele conta uma história. Uma mulher escreve para seu filho. Acontece que o menino nunca conheceu o pai, porque o homem morreu dois meses antes do nascimento do filho. Então, a mãe criou o blog para contar ao menino sobre o pai dele.
Vale a pena ler a história deles. É bonita. No início, parece triste, mas a maneira como ela encara os fatos é demais.
A vida dela parece um filme, mas é de verdade.
Fica a dica hoje.
Beijos
Por que isso? O que tem de tão legal nesse blog?
Ele conta uma história. Uma mulher escreve para seu filho. Acontece que o menino nunca conheceu o pai, porque o homem morreu dois meses antes do nascimento do filho. Então, a mãe criou o blog para contar ao menino sobre o pai dele.
Vale a pena ler a história deles. É bonita. No início, parece triste, mas a maneira como ela encara os fatos é demais.
A vida dela parece um filme, mas é de verdade.
Fica a dica hoje.
Beijos
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Flores

Eu sei, as coisas estão um pouco paradas por aqui. É que eu estou tentando organizar minha vida um pouco e algumas coisas são deixadas de lado.
Porém, hoje, vim aqui dar as boas-vindas a primavera (apesar de toda a alergia causada por ela). Não sei se é o prenúncio do fim do ano, a diminuição do frio ou simplesmente as cores que me fazem gostar tanto desta estação. Parece que a vida fica mais divertida.
Eu ia colocar uma imagem de lindas flores vermelhas, rosas, brancas ou amarelas, pra ilustrar este texto, mas eu vi esta imagem aí e achei que cada um tinha o direito de colorir as flores como quisesse. Afinal, somos nós mesmos que pintamos a nossa vida como preferimos.
Feliz primavera a todos.
Beijos da ruiva.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
por aí...
olá, meus queridos.
Hoje venho mostrar como a gente pode encontrar coisas interessantes no Orkut ou em outros lugares. Encontrei este texto de uma menina no Orkut, chamada Karoline Alves. Muito interessante mesmo. É a visão dela, mas eu concordo em quase tudo. Pelo menos, por enquanto.
Aí vai (com a devida autorização da autora).
Beijos
"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez
acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de
nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a
outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar
o que nos falta: a gente cresce através da
gente mesmo. Se estivermos em boa companhia
é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos,
e os que escapam dela estão condenados
à marginalidade. Não contaram que estas
fórmulas dão errado, frustram as pessoas,
são alienantes, e que podemos tentar outras
alternativas.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz
e se apaixonar por alguém."
Hoje venho mostrar como a gente pode encontrar coisas interessantes no Orkut ou em outros lugares. Encontrei este texto de uma menina no Orkut, chamada Karoline Alves. Muito interessante mesmo. É a visão dela, mas eu concordo em quase tudo. Pelo menos, por enquanto.
Aí vai (com a devida autorização da autora).
Beijos
"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez
acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de
nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a
outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar
o que nos falta: a gente cresce através da
gente mesmo. Se estivermos em boa companhia
é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos,
e os que escapam dela estão condenados
à marginalidade. Não contaram que estas
fórmulas dão errado, frustram as pessoas,
são alienantes, e que podemos tentar outras
alternativas.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz
e se apaixonar por alguém."
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Incompleto
Estou com problemas para concluir idéias. Nestes últimos dias, tenho tentado escrever muitas coisas, mas não consigo terminar nada. Eu começo a desenvolver alguma coisa, vem um e me destrói o raciocínio. Quanto mais eu penso, mais eu vejo que pode ser diferente. E com o tempo eu descubro que as coisas podem funcionar muito bem de outros jeitos.
E, aí, eu vou mudando de idéia, analisando os antigos conceitos e reformulando as opiniões. Este processo parece que nunca vai terminar. Daqui a pouco, eu posso pensar que isto que eu acabei de escrever não é verdade.
Bem, vou ficando por aqui. Não estou conseguindo terminar nada mesmo.
Até mais.
E, aí, eu vou mudando de idéia, analisando os antigos conceitos e reformulando as opiniões. Este processo parece que nunca vai terminar. Daqui a pouco, eu posso pensar que isto que eu acabei de escrever não é verdade.
Bem, vou ficando por aqui. Não estou conseguindo terminar nada mesmo.
Até mais.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Se te queres
A correria está grande aqui. Corre pro estágio, corre pro outro estágio, corre pra aula, corre pra casa, morre na cama, ressuscita no outro dia e começa tudo de novo. Quase não tenho tempo pra ler, quem dirá pra escrever.
Estes dias eu li este poema de Fernando Pessoa, indicado pelo Gustavo. Achei muito legal e ainda o estou analisando, sabe, ficar viajando nas frases...
Espero que ninguém tente realmente se matar, mas apenas pensar um pouco sobre a vida.
Beijos.
SE TE QUERES
Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbihonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
Estes dias eu li este poema de Fernando Pessoa, indicado pelo Gustavo. Achei muito legal e ainda o estou analisando, sabe, ficar viajando nas frases...
Espero que ninguém tente realmente se matar, mas apenas pensar um pouco sobre a vida.
Beijos.
SE TE QUERES
Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbihonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
terça-feira, 29 de julho de 2008
Interrogações - Pablo Neruda
Algumas destas interrogações são muito interessantes e me fazem parar um pouco pra pensar.
Texto de Pablo Neruda.
INTERROGAÇÕES
Onde deixou a lua cheia seu noturno saco de farinha?
Se termina o amarelo, com que faremos o pão?
Diga-me: a rosa está nua ou só tem esse vestido?
Há algo mais triste no mundo que um comboio imóvel na chuva?
É verdade que a esperança se deve regar com orvalho?
Por que se suicidam as folhas quando se sentem amarelas?
Por que choram tanto as nuvens e cada vez são mais alegres?
Que ocorre com as andorinhas que chegam tarde ao colégio?
Quantas perguntas tem um gato?
As lágrimas que não se choram esperam em pequenos lagos?
Onde estão aqueles nomes doces como tortas de outrora?Quem gritou de alegria ao nascer a cor azul?
Por que se entristece a terra quando aparecem as violetas?
Como logrou a liberdade a bicicleta abandonada?
É verdade que no formigueiro os sonhos são obrigatórios?
De que ri a melancia quando a estão assassinando?
Como se chama uma flor que voa de pássaro em pássaro?
Não é melhor nunca que tarde?
Por que vivem tão esfarrapados todos os bichos-da-seda?
Que distância em metros redondos há entre o sol e as laranjas?
E por que o sol é tão mau amigo do caminhante do deserto?
E por que o sol é tão simpático no jardim do hospital?
Não vês que floresce a macieira para morrer na maçã?
Como se chama a tristeza numa ovelha solitária?
Onde vão as coisas do sonho?Vão para o sonho dos outros?
Que pesam mais na cintura, as dores ou as lembranças?
Se todos os rios são doces, de onde tira sal o mar?
Como sabem as estações que devem mudar de camisa?
Texto de Pablo Neruda.
INTERROGAÇÕES
Onde deixou a lua cheia seu noturno saco de farinha?
Se termina o amarelo, com que faremos o pão?
Diga-me: a rosa está nua ou só tem esse vestido?
Há algo mais triste no mundo que um comboio imóvel na chuva?
É verdade que a esperança se deve regar com orvalho?
Por que se suicidam as folhas quando se sentem amarelas?
Por que choram tanto as nuvens e cada vez são mais alegres?
Que ocorre com as andorinhas que chegam tarde ao colégio?
Quantas perguntas tem um gato?
As lágrimas que não se choram esperam em pequenos lagos?
Onde estão aqueles nomes doces como tortas de outrora?Quem gritou de alegria ao nascer a cor azul?
Por que se entristece a terra quando aparecem as violetas?
Como logrou a liberdade a bicicleta abandonada?
É verdade que no formigueiro os sonhos são obrigatórios?
De que ri a melancia quando a estão assassinando?
Como se chama uma flor que voa de pássaro em pássaro?
Não é melhor nunca que tarde?
Por que vivem tão esfarrapados todos os bichos-da-seda?
Que distância em metros redondos há entre o sol e as laranjas?
E por que o sol é tão mau amigo do caminhante do deserto?
E por que o sol é tão simpático no jardim do hospital?
Não vês que floresce a macieira para morrer na maçã?
Como se chama a tristeza numa ovelha solitária?
Onde vão as coisas do sonho?Vão para o sonho dos outros?
Que pesam mais na cintura, as dores ou as lembranças?
Se todos os rios são doces, de onde tira sal o mar?
Como sabem as estações que devem mudar de camisa?
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