sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal



Recebi este poema da Carol por e-mail. Adorei. Veio parar no blog como minha mensagem de natal (desculpa ser imitona, Carol).

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre carros e pessoas



Tenho dirigido. Carros. Já faz um tempo que tenho carteira, mas não a usava (apenas para entrar em algumas festas, às vezes). A questão é que tenho prestado atenção ao que se diz sobre direção, trânsito, carros etc. O trânsito está um caos. E este é o principal motivo pelo qual eu não me interesso muito por dirigir.
Quando perguntam para alguém qual sua opinião sobre o trânsito, a resposta é geralmente a mesma: falta educação no trânsito. Vou dizer o que eu sempre digo ao ouvir isto: não é só no trânsito que falta educação. É em tudo.
Falta educação na fila do mercado, falta educação no ônibus, falta educação na sala de aula, falta educação em casa. Resumindo, falta educação na sociedade, e isto se reflete no trânsito. Sabe, as pessoas se preocupam muito com o trânsito, porque envolve carros, seus preciosos carros, e suas carteiras de motorista e suas vidas.
Sigo dizendo: falta educação na sociedade. E a sociedade é feita de pessoas, então, falta educação individualmente. Vários individuais é que fazem o coletivo. Um coletivo bem mal-educado, por sinal. Estou falando daquela educação que vem de casa, da família, da comunidade; aquela de pedir por favor e agradecer; aquela que faz a gente tolerar e respeitar as pessoas. Não sei se as crianças estão recebendo esta educação.
Não sei bem como fazer para as pessoas tomarem consciência da necessidade de ter paciência, ser tolerante. Existem meios; eu sei disto. As pessoas podem aprender estas coisas. Falta vontade? Falta enxergar uma alternativa? Ou, ver que a alternativa pode ser melhor do que a situação atual? Não sei. Sei é que falta educação. Mas, não no trânsito, não nas escolas; falta educação nas pessoas.