segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Como conseguir as coisas

Esta é uma história verídica, contada pela minha mãe, protagonizada por uma amiga dela.

A mulher, já no caixa da loja, com as compras para pagar, pergunta à moça:
- Quanto custa aquele tripé para panelas ali?
- Não está a venda. É para exposição dos produtos da loja apenas. - responde a atendente.
Nossa personagem fica confusa, já que não há um único objeto sendo exposto no tal tripé.
- Mas, não tem nada nele.
- Pois é, mas não está à venda.
Não muito conformada, ela paga suas compras (a prazo) e vai embora.

No mês seguinte, ela volta à loja para pagar mais uma prestação e nota que o tripé continua lá, sem cumprir sua missão de expor alguma coisa. Ela insiste:
- Quanto custa aquele tripé?
- Não está a venda. Ele está aí para exposição dos produtos da loja.
- Mas, está vazio. Estive aqui no mês passado e não tinha nada nele. E continua vazio.
A moça da loja resolve chamar seu colega. Nossa protagonista explica tudo para ele, que decide que o melhor a fazer é chamar o gerente. Mais uma vez, ela argumenta sobre a falta de utilidade do tripé para a loja e a utilidade que ela daria ao objeto em sua casa (guardar sua coleção de panelas de ferro).
O gerente da loja, sem argumentos suficientes e convencido pela cliente, decide ceder à insitência.


Viu? É assim que se faz. Quando eu crecer, quero ser que nem ela.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Muda



Foi uma experiência muito bacana. No meio do congresso e sem aviso prévio apareceram três pessoas portadoras de deficiência (PPDs): um maneta, uma cega e uma muda. Muitos foram os olhares de confusão que não entendiam o porquê daquilo tudo. Mas, é isso mesmo, nem sempre se sabe porque as pessoas estão assim.

Éramos três pessoas com necessidades especiais vivendo a vida normalmente, experimentando as possibilidades de comunicação e movimentação, observando os olhares alheios e procurando responder as perguntas. Éramos três pessoas que se ajudavam mutuamente.



Pra mim, foi interessante entender um pouquinho quais as dificuldades dos PPDs. As pessoas não conversavam comigo, acho que por não saberem como o fazer. Parece que falta um pouco de interesse das pessoas em aprender a se comunicar quando existe uma barreira. Não sei se por medo ou por preguiça... ou por alguma outra coisa.

E se fosse de verdade, se as pessoas não soubessem que era apenas uma intervenção, seria diferente?