segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vantagens de ter nascido mulher

No último final de semana, teve retiro dos jovens da minha igreja. Nestas ocasiões, a gente consegue identificar algumas coisas bem típicas de grupos de meninos e grupos de meninas. A gente pode ver as vantagens de ter nascido menina:
1. À noite, não escutamos uma sinfonia de roncos no quarto das meninas.
2. Se você esqueceu, alguma menina levou a mais ou pode emprestar.
3. Não levamos toalhadas na bunda ou em qualquer outra parte do corpo.
4. Podemos chorar num filme sem sermos chamadas de maricas ou bicha ou qualquer coisa do tipo.
5. Podemos sacanear os meninos que eles não vão pegar pesado com a gente.
6. Se você tem vergonha de alguma coisa, sempre vai ter alguém para se compadecer da sua dor e xingar os que riem de ti.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

À noite

Sonhei contigo esta noite. Sabe? Não é a primeira vez que isto acontece. E era um sonho muito real; tinha pessoas que eu nem conhecia, mas que eu tenho certeza que são mesmo como eu sonhei. Acordei assim, sem mais, num suspiro. E já não sabia se era sonho ou se havia realmente acontecido. Acho que eu queria mesmo que fosse verdade. Mas, talvez seja melhor que tenha sido um sonho apenas.
Faz tempo que a gente não se vê, e eu tenho saudades. Mas, pra mim, parece que foi esta noite.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meu protesto

Já que estamos numa época de manifestações (a dos estudantes contra a Yeda, a dos funcionários contra a ULBRA) vou fazer o meu protesto também:
EU QUERO TER AULAS!
Quem é que vai comigo pra frente da reitoria reivindicar o direito de ser aluno?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

E a história continua

Lá estava Helena, cinco anos mais velha, na frente do seu computador. Hoje, tudo daria certo. Ela havia planejado cada ação, cada detalhe da sua vingança. Seria tudo através da internet. Era tudo o que ela precisava para infernizar e, finalmente, destruir a vida das meninas que roubaram seus dias felizes.
Durante estes cinco anos, Helena passou cada hora arquitetando seus passos e espionando a vida das duas crianças: sua ex-amiga e a nova amiga dela. Durante todo este tempo, ela recolheu materiais que poderiam ser úteis em seu novo quarto, pequeno e desconfortável. Sua casa agora ficava numa cidadezinha de interior onde conseguir uma simples conexão com a internet era um trabalho demorado.
Agora, estava tudo pronto. Todas as revelações que destruiriam a vida das duas garotas, agora moças, estavam a distância de um clique. Helena sentia o sangue pulsando em suas veias, resultado da adrenalina que sentia. O dedo baixou o botão do mouse, e a página começou a carregar. A barrinha foi crescendo, crescendo, cresncendo... e veio o aviso: Sorry, no donut for you!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Rachê na Farra

Então, domingo (e a semana passada inteira) eu participei da Farra de Teatro. Pra quem ainda não sabe do que se trata, funciona assim: quem quiser participar, se inscreve e vai aos ensaios, que foram de terça a sábado, e apresenta no domingo um espetáculo de quase 4 horas.
Essas coisas me fazem gostar ainda mais de teatro. São muitas cenas envolvendo o público, e é tri bom. E mais, me deu um ânimo tão grande, não só em relação ao teatro, mas em tudo. Foi muito cansativo fisicamente, mas a energia mental depois dos ensaios foi de grande ajuda.
Mesmo assim, teve uma cena que eu simplesmente odiei. Era a do "desabraço": em duplas, um pedia um abraço e o outro tinha que recusar até o final. Depois, invertia a dupla. É muito ruim, muito desconfortável. É muito difícil ter que implorar por um abraço e, pior ainda, negar o abraço depois. A cena em si é boa. O problema é participar dela.
Em outra cena, a gente cantava a música "Eu sei que vou te amar" pra uma pessoa da platéia. Em um ensaio, lá fui eu cantar a música pra alguém. Vi um senhor de meia idade sentado numa pedra e fui até ele. Ele ficou me olhando, e eu vi seus olhos encherem de lágrima. Desci a altura dele e continuei cantando. Foi quando ele começou a falar da vida dele. Ele disse: "Eu perdi dois irmãos, sabe? Já faz 20 anos." e falou que mora na rua este tempo todo. E ele começou a chorar ali na minha frente. Eu também quase comecei a chorar com ele. E ele falou bem assim, pra mim: "E agora eu tô na cachaça" e, depois falou pra ele mesmo: "o que eu tô fazendo da minha vida?" Deu pra sentir o desespero daquele homem. Eu, sem saber bem o que fazer, só consegui dar um abraço nele e terminar a música.
Depois, eu fiquei pensando, quantas pessoas existem assim, na mesma situação que ele e a gente nem nota, passa ao lado e nem percebe. A gente passa ao lado dessas pessoas que têm uma carência muito grande de outras pessoas, de alguém que diga "eu sei que vou te amar por toda a minha vida".