A revista Galileu deste mês traz uma reportagem sobre uma gramática nova que o linguista Ataliba de Castilho escreveu. Digamos que é uma gramática da
língua brasielira. O autor propõe que todos os falantes da língua são senhores dela. Todas as formas de falar e escrever estariam corretas, porque é como as pessoas se entendem. Ou seja, falar "
ceisvão" no lugar de "
vocês vão" não teria nada de errado. Na entrevista para a revista, Ataliba diz que "
(...) o objetivo das boas gramáticas é desnvolver o conhecimento linguístico armazenado na mente dos falantes (...)".
Eu, que até o final dos meus 14 anos tive aversão de estudar a língua portuguesa, defendo que este estudo é fundamental para entender não apenas os livros e textos, mas, inclusive, a língua falada.
Pergunto-me se o verbo "
sifu" (eu mifu, tu sifu, ele sifu, como consta na matéria) será realmente estudado em sala de aula. E se uma criança, como meu primo fez (na parede do meu quarto), escrever "
neulugar" (que significa "
nenhum lugar"), dirão que está errada ou não. E, de repente, quando ela estiver lendo um livro e se deparar com a palavra "
nenhum" ela vai saber o que significa. Estou subestimando a inteligência da criança, mas quantas vezes vocês já encontraram uma palavra desconhecida em um livro, porque, na verdade, a conheciam diferente, com os vícios da língua falada?
Além disso, existem todas as gírias de cada região. Logo logo, teremos oficialmente vários dialetos (ou será que já temos?). Ataliba também defende que todas essas variações (inclusive as da língua falada e escrita) estão certas, "cada uma em seu contexto".
Então, a placa que dá título a este texto está certa em seu contexto? (Desculpem-me de não conseguir tirar uma foto dela ainda). Parece que sim, pois, apesar de ofender a estética e a língua culta, ela se faz entender.