quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fim de ano, praia e Gabriel

Mesmo sabendo da tranqueira que me aguardava, peguei o ônibus e passei o feriado com a família, na praia. Tive também a agradável companhia de um homem que me diverte, tem muito jeito com as palavras e fala de amor. O Gabriel me falou sobre amor e velhice. A propósito, a maneira como ele desenha a velhice me dá vontade de ter uma assim. Ele encara como um estado quase superior do ser humano, em que há entendimento, em que a pessoa tem autoridade sobre si mesma e ainda há busca pela felicidade (com muito mais esclarecimento). É como se a vida não estivesse prestes a terminar; é como se houvesse uma vida toda pela frente, com a vantagem de se ter muito mais experiência e liberdade.

Foi assim, um caso de fim de semana, com o título "Memórias de minhas putas tristes". Mas, já o conhecia. Meses atrás, apaixonei-me com o romance "O amor nos tempos do cólera". Este foi um relacionamento mais longo, mas não menos intenso. Notei algumas semelhanças entre os protagonistas: ambos apaixonados, mulherengos, solitários, cultuando sua amada e preservando um santuário para ela. Isso sem falar no profundo conhecimento de "xinaredos" que eles têm. Tantas são as semelhanças que eu só posso acreditar que tenham embasamento na vida do próprio autor (vai saber...).

Buscarei outros títulos deste homem, pois também estou apaixonada... por estas narrativas, pela palavras. Oxalá um dia minhas palavras sejam boas assim.

Um comentário:

Dagmar disse...

Você tem observações fantásticas sobre o cotidiano da vida considerada "comum". Daí surgem as mais preciosas lições que podemos tirar como exemplo e como reflexão. O amadurecimento naturalmente traz mais serenidade frente à vida, o que não quer dizer, inércia. Mas traz a possibilidade de se enfrentar dificuldades com mais clareza, eficiência, eficácia e sabedoria e por consequência a busca da felicidade ser mais tranquila e não tão frenética como na juventude. Ou melhor dizendo, se percebe que a felicidade já está em vc, só que antes não via e que é feliz apesar de tudo. Assim tomamos consciência de que somos donos dos sentimentos e podemos ser apaixonados pela nossa existência não só na juventude, quando tudo ainda é deslumbrante, mas sobretudo depois (e aí creio o estado ser mais intenso) de conseguirmos gerir nossa própria alegria e alcançamos a plenitude e nos consideramos "acima" do bem e do mal. O EQUILÍBRIO CHEGOU.
Beijos querida, adoro ler seus posts.
Com carinho
Dagui