Hoje de tardezinha, quando eu fazia meu caminho para a igreja, eu ri. Ri sozinha na rua, quase parecendo maluca. Claro que faz muito mais sentido se eu contar a história toda.
Começou pela manhã, quando eu fazia o mesmo caminho. Cabeça baixa e passos rápidos. Ia encontrar os meus amigos. Quando eu olho para o lado, vejo um prédio em construção. "Mas, ele não estava ali antes...", pensei. Chegando na igreja, falei do prédio para o Gustavo, que disse que ele já estava ali fazia umas duas semanas. "Cara, eu sou muito cega!", respondi. Logo depois, saímos nos carros. Fomos lá para o Guajuviras fazer um almoço para as crianças da missão.
E tinha muita criança. Umas quarenta. Tudo bem que poderia ser mais, mas tentar fazer elas todas se concentrarem em uma brincadeira de cada vez, é um tanto complicado. Alías, tarefa esta que foi passada para mim. Mas, no fim, me diverti bastante. Elas não têm medo de abraçar a gente, nem de demonstrar carinho e afeto. Essas atividades são sempre muito boas. Digo que faz um bem pra alma.
E voltamos para casa.
Saí novamente de tardezinha, quando aconteceu o episódio do riso solitário. Saí e passei mentalmente o caminho a seguir. Alguns passos na rua eu senti o vento fraco e fresco. Isso me fez levantar a cabeça, pra encarar um céu azul salpicado de nuvens coloridas. Não, não eram brancas. Não todas elas. Olhei a rua vazia e a tarde caindo e senti a poesia bem perto.
Fiz quase o mesmo trajeto da manhã, mas com a cabeça vasculhando o céu e num ritmo bem calmo. O mundo mudou bastante desde a última vez que eu o tinha vivido. Vi folhas nas árvores que estavam peladas antes, prestei atenção no céu, nas nuvens e no vento. Sem parar de caminhar, eu pensei "o Senhor fez um trabalho muito bonito!"
Daí, eu passei pelo tal prédio outra vez. E eu ri, porque lembrei da minha cegueira e desatenção. Na verdade, eu sorri o caminho inteiro, eu acho. Pelo menos, a minha alma sorria. Encontrei os meus amigos e sorri muito mais, gargalhei. Lembrei das crianças e sorri, com um pouco de saudades até.
Ainda sorri minha alma, manifestando nas pontas dos dedos os afetos deste dia tão poético.
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