Quando passei por aquele caminho a primeira vez, tudo me era novo e parecia que eu não pertencia àquele lugar. Foi assim das primeiras vezes. Cada pessoa que passava, parecia me olhavam de cima abaixo, sempre tentando descobrir de que tribo eu vinha. Mas, aquele ainda seria meu caminho.
Passei a não perceber mais as pessoas por quem passava, e cada vez o caminho parecia mais curto. Já reconhecia alguns rostos, alguns hábitos, horários... Acostumava-me a ideia de passar por aquelas casas, com aquelas mesmas janelas, sempre vazias, outras fechadas, com aquela única porta aberta, protagonizada por um simples trabalhador.
Logo mais, aquelas pessoas me pareciam amigos. Só que não eram. Não são. Já não percebia as cores diferentes das casas, nem as árvores com seus galhos. Sabia de cor onde podia pisar e quais eram as partes mais fáceis de caminhar. Tudo que passava ao meu lado era um simples filme que ficava rodando de novo e de novo, ao qual eu não prestava mais atenção.
Quando alguém passava por mim, já sabia quem era sem nem levantar o rosto. Reconhecia seus sapatos, seus passos e velocidades. Não as cumprimentava, mas sabia que elas também me reconheciam e eu já fazia parte daquele caminho.
Era o MEU caminho.
Pertencia tanto àquele lugar que, ao encontrar uma daquelas personagens a quilômetros dali, cheguei a sorrir e cumprimentá-la verbalmente. E às pessoas novas que cruzavam, eu dirigia meu olhar, de cima abaixo, imaginando o que elas estariam fazendo ali, no MEU caminho.
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