terça-feira, 17 de junho de 2008

O mundo é meu – Humanidade

Chegamos ao ápice desta trilogia. Primeiro, vimos que o mundo é a nossa casa e que convivemos nele com outras pessoas. Depois, falamos sobre como os homens fazem parte de um todo maior e sobre o cuidado com o meio ambiente. Agora, escrevo sobre o mais importante: o SER HUMANO. Não é nenhum tipo de egocentrismo, é exatamente o contrário. De nada adianta cuidar do meio ambiente e saber que o mundo é nossa casa e se esquecer das pessoas que dividem o mundo conosco.
Muitas vezes vemos um cãozinho de rua e sentimos muita pena dele e, logo adiante, passamos por uma criança pedindo “uma moeda, tio” e dizemos que não temos, continuando nossa caminhada apressada. O cãozinho não tem culpa de ser “de rua”. Nem a criança! Dizer que a culpa é dos pais dela é fugir da responsabilidade. Esse menino é gente como a gente. É um ser humano como nós, porém vítima de uma sociedade egoísta, uma sociedade onde quem tem muito quer sempre mais e não divide.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade social. Tem pessoas que tem muito, muito dinheiro e uma grande maioria com pouquíssimo dinheiro. Há uma boa parte da população que não tem nem o que comer. E existem os que têm condições de alimentar mais umas seis famílias, além da sua. Mas, é claro que eles não alimentam estas seis famílias. Parece que quanto mais as pessoas possuem, mais egoístas elas se tornam. Volta e meia sai alguma notícia de pessoas que fazem ações sociais e, quase nunca são pessoas ricas. Por vezes, também sabemos de grandes doações feitas por milionários famosos para instituições de caridade. Não sei quais são as reais intenções dos doadores, mas, pelo menos, ajudam.
Voltando ao menino com fome, sei que não se deve dar dinheiro para estas crianças. Sei que lugar de criança é na escola ou brincando, sendo criança. Mas, se o menino está com fome, como pode estudar? Como pode brincar? É um grande paradoxo, mas sempre há uma solução. A gente pode começar um trabalho voluntário ou, simplesmente, dar um sanduíche ao invés de uma moeda.
Acredito que o que falta nas pessoas é compaixão pelos outros. Falta amor. Fala-se tanto em ter cuidado com nós mesmos, com nosso corpo, com nosso dinheiro, nossa casa, carro, etc. e se esquece de estender este cuidado ao próximo. Nós estamos todos morando no mesmo mundo. Quando um perde, todos perdem. Quem disse que para um ganhar os outros têm que perder? Há sempre uma maneira de todos ganharem juntos. Se nós reconhecermos que as pessoas de rua são tão humanas quanto nós, já estaremos um passo mais perto de ajudá-los por vontade, por querer-lhes bem.
Quando eu morrer – porque eu penso na morte, não que eu tenha medo, mas, eventualmente, me ocorre que um dia eu vou morrer – quero ter a consciência de que o mundo é um pouco melhor por minha causa. Isso faria minha vida ter valido à pena. Quero saber que tem uma pessoa vivendo melhor, uma criança a menos na rua, uma família sem fome. Quero saber que eu fiz a diferença, porque o mundo é meu e eu sou responsável por ele.

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