sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Recebi este poema da Carol por e-mail. Adorei. Veio parar no blog como minha mensagem de natal (desculpa ser imitona, Carol).
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Sobre carros e pessoas
Tenho dirigido. Carros. Já faz um tempo que tenho carteira, mas não a usava (apenas para entrar em algumas festas, às vezes). A questão é que tenho prestado atenção ao que se diz sobre direção, trânsito, carros etc. O trânsito está um caos. E este é o principal motivo pelo qual eu não me interesso muito por dirigir.
Quando perguntam para alguém qual sua opinião sobre o trânsito, a resposta é geralmente a mesma: falta educação no trânsito. Vou dizer o que eu sempre digo ao ouvir isto: não é só no trânsito que falta educação. É em tudo.
Falta educação na fila do mercado, falta educação no ônibus, falta educação na sala de aula, falta educação em casa. Resumindo, falta educação na sociedade, e isto se reflete no trânsito. Sabe, as pessoas se preocupam muito com o trânsito, porque envolve carros, seus preciosos carros, e suas carteiras de motorista e suas vidas.
Sigo dizendo: falta educação na sociedade. E a sociedade é feita de pessoas, então, falta educação individualmente. Vários individuais é que fazem o coletivo. Um coletivo bem mal-educado, por sinal. Estou falando daquela educação que vem de casa, da família, da comunidade; aquela de pedir por favor e agradecer; aquela que faz a gente tolerar e respeitar as pessoas. Não sei se as crianças estão recebendo esta educação.
Não sei bem como fazer para as pessoas tomarem consciência da necessidade de ter paciência, ser tolerante. Existem meios; eu sei disto. As pessoas podem aprender estas coisas. Falta vontade? Falta enxergar uma alternativa? Ou, ver que a alternativa pode ser melhor do que a situação atual? Não sei. Sei é que falta educação. Mas, não no trânsito, não nas escolas; falta educação nas pessoas.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O Alemão e o Brasileiro
O assunto do momento é o Alemão. O Complexo. Na última semana, todos os olhos estavam voltados para o Rio de Janeiro e a guerra no morro. Ou, a maioria dos olhos. Todo mundo quer saber e dar sua opinião sobre o que está acontecendo lá. Até o Lula disse que vai visitar o Alemão.
Falando em Lula, fiquei pensando numa coisa: há menos de um mês, tivemos o segundo turno das eleições federais e estaduais. Tudo estaria resolvido, não fosse a Ficha Limpa, o Tiririca e outras coisinhas mais. Daí, passamos um bom tempo falando nisso em todos os meios de comunicação. “O Tiririca não sabe ler”, “ele sabe” e assim por diante. E tudo foi se enrolando, enrolando...
De repente, estoura uma guerra no Rio. Automóveis pegando fogo, Bope subindo o morro, tanques de guerra, traficantes correndo... Ninguém mais sabe o que está acontecendo lá no governo. Ninguém está muito interessado também. Nem eu. Eles podem fazer o que quiserem lá muito mais facilmente porque as pessoas querem ver o Rio, o espetáculo do morro. A mídia só mostra isto o dia inteiro. As notícias nos sites também são sobre isto. Os rolos que vão decidir quem vai mandar no nosso país está em segundo plano agora. Porque o Rio é uma notícia muito mais forte.
Não acho que a guerra no Rio seja conspiração ou algo assim, mas mudou o foco da população. Claro que é uma escolha das pessoas se informar sobre isso ou aquilo (apesar da enorme influência da mídia sobre isso). Também já estou cansada de toda essa politicagem. Não importa quem assume o poder, a situação cá embaixo não muda tanto. As pessoas ainda passam fome, estão desempregadas, precisam de saneamento, saúde, educação, casa, segurança. Mas, no fim, estamos novamente tratando os sintomas e não as causas.
Falando em Lula, fiquei pensando numa coisa: há menos de um mês, tivemos o segundo turno das eleições federais e estaduais. Tudo estaria resolvido, não fosse a Ficha Limpa, o Tiririca e outras coisinhas mais. Daí, passamos um bom tempo falando nisso em todos os meios de comunicação. “O Tiririca não sabe ler”, “ele sabe” e assim por diante. E tudo foi se enrolando, enrolando...
De repente, estoura uma guerra no Rio. Automóveis pegando fogo, Bope subindo o morro, tanques de guerra, traficantes correndo... Ninguém mais sabe o que está acontecendo lá no governo. Ninguém está muito interessado também. Nem eu. Eles podem fazer o que quiserem lá muito mais facilmente porque as pessoas querem ver o Rio, o espetáculo do morro. A mídia só mostra isto o dia inteiro. As notícias nos sites também são sobre isto. Os rolos que vão decidir quem vai mandar no nosso país está em segundo plano agora. Porque o Rio é uma notícia muito mais forte.
Não acho que a guerra no Rio seja conspiração ou algo assim, mas mudou o foco da população. Claro que é uma escolha das pessoas se informar sobre isso ou aquilo (apesar da enorme influência da mídia sobre isso). Também já estou cansada de toda essa politicagem. Não importa quem assume o poder, a situação cá embaixo não muda tanto. As pessoas ainda passam fome, estão desempregadas, precisam de saneamento, saúde, educação, casa, segurança. Mas, no fim, estamos novamente tratando os sintomas e não as causas.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Transporte público (de novo)
Ontem, tive uma manhã incomum. Além de ter dormido menos que o normal, precisei acordar mais cedo. Até aí, tudo tranqüilo (e o sono pegando). Desci do trem, como sempre e fui até a parada de ônibus. A fila já estava razoável. Vá lá, já teve dias piores. Beeeeem piores. Decidi me perder nos meus pensamentos ouvindo Beatles. Solzinho da manhã batendo, a galera esperando os ônibus e... “hum, aquela mulher parece estar reclamando de alguma coisa”. Tirei um dos fones. Era sobre a demora do ônibus. “Realmente, já estou esperando aqui há um bom tempo.”
A fila atrás de mim já tinha aumentado consideravelmente e nada do ônibus. A mulher, indignada, falava com os outros passageiros em potencial: “eles dizem que a gente não reclama! Ta tudo bom!”, comunicava. “Mas, quando a gente liga, fica na espera um tempão”, argumentava. E assim, repetia estas informações para quem quisesse ouvir.
Como me compete minha calma, não respondi, mas fiquei pensando naquilo. Não é a primeira vez que aquela linha atrasa, estraga, nos deixa na mão. “Seria eu omissiva?” Segundo o funcionário da empresa, está tudo bem porque ninguém reclama. Se as pessoas reclamassem, eles teriam que resolver o problema. Pensei, então, que também era minha culpa o atraso do ônibus.
Peraí! Tem alguma coisa errada, não?
Primeiro, a falta de reclamação não significa que tudo esteja bem. As pessoas não reclamam de todas as lojas que não gostam. Simplesmente, param de freqüentar. Claro que, neste caso, não temos muitas opções: ou pegamos esta linha, ou outra. Afinal, precisamos trabalhar.
Segundo, e, talvez, mais importante: se a empresa se propõe a oferecer ônibus em tais horários, é sua responsabilidade cumprir estes horários. Por que temos que reclamar pra que isso aconteça? Por que temos que pedir que ela cumpra sua obrigação?
Depois de 25 minutos esperando (felizmente, não chovia. Porque se chovesse, além de atrasada, chegaria molhada), o ônibus chegou e levou aquela gente pro trabalho. Ainda rolaram uns boatos de que a Av. Dique estaria fechada novamente pra mudança das famílias (mas, isto é assunto pra outro post). Não estava. Ainda bem, senão teria me atrasado mais do que meia hora para o serviço.
Então, não está tudo bem. Nem pra mim, nem na empresa. Se a Volkswagen ficasse esperando as reclamações dos clientes para cumprir o que se dispõe a oferecer, talvez não tivesse mais clientes. É preciso estar à frente das reclamações. Se não, outra empresa leva os clientes.
Assim, vejo uma solução para o problema dos ônibus: autorizar outra empresa a oferecer o serviço na cidade. Talvez com a concorrência fazendo as mesmas linhas, eles seriam obrigados a melhorar o serviço e, talvez, até diminuir o preço da passagem (tomara!).
Não acho uma boa solução, porque trata dos sintomas e não das causas. Mas, o problema real me parece tão mais complexo e profundo que me desanima perceber que pode não haver solução.
A fila atrás de mim já tinha aumentado consideravelmente e nada do ônibus. A mulher, indignada, falava com os outros passageiros em potencial: “eles dizem que a gente não reclama! Ta tudo bom!”, comunicava. “Mas, quando a gente liga, fica na espera um tempão”, argumentava. E assim, repetia estas informações para quem quisesse ouvir.
Como me compete minha calma, não respondi, mas fiquei pensando naquilo. Não é a primeira vez que aquela linha atrasa, estraga, nos deixa na mão. “Seria eu omissiva?” Segundo o funcionário da empresa, está tudo bem porque ninguém reclama. Se as pessoas reclamassem, eles teriam que resolver o problema. Pensei, então, que também era minha culpa o atraso do ônibus.
Peraí! Tem alguma coisa errada, não?
Primeiro, a falta de reclamação não significa que tudo esteja bem. As pessoas não reclamam de todas as lojas que não gostam. Simplesmente, param de freqüentar. Claro que, neste caso, não temos muitas opções: ou pegamos esta linha, ou outra. Afinal, precisamos trabalhar.
Segundo, e, talvez, mais importante: se a empresa se propõe a oferecer ônibus em tais horários, é sua responsabilidade cumprir estes horários. Por que temos que reclamar pra que isso aconteça? Por que temos que pedir que ela cumpra sua obrigação?
Depois de 25 minutos esperando (felizmente, não chovia. Porque se chovesse, além de atrasada, chegaria molhada), o ônibus chegou e levou aquela gente pro trabalho. Ainda rolaram uns boatos de que a Av. Dique estaria fechada novamente pra mudança das famílias (mas, isto é assunto pra outro post). Não estava. Ainda bem, senão teria me atrasado mais do que meia hora para o serviço.
Então, não está tudo bem. Nem pra mim, nem na empresa. Se a Volkswagen ficasse esperando as reclamações dos clientes para cumprir o que se dispõe a oferecer, talvez não tivesse mais clientes. É preciso estar à frente das reclamações. Se não, outra empresa leva os clientes.
Assim, vejo uma solução para o problema dos ônibus: autorizar outra empresa a oferecer o serviço na cidade. Talvez com a concorrência fazendo as mesmas linhas, eles seriam obrigados a melhorar o serviço e, talvez, até diminuir o preço da passagem (tomara!).
Não acho uma boa solução, porque trata dos sintomas e não das causas. Mas, o problema real me parece tão mais complexo e profundo que me desanima perceber que pode não haver solução.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Tô triste
E por um motivo um tanto egoísta, sim. Não sei se foi maldade ou ignorância. Podaram a pitangueira que eu adoro. Justo agora que ela está dando pitanguinhas. Cortaram todos os galhos baixos, ao nosso alcance. Agora, só tem fruta lá em cima, onde ninguém tem braço suficiente. A arvorezinha fazia a alegria das pessoas que esperavam na parada de ônibus ou simplesmente passavam por ali.
Por isso, ainda não sei se foi maldade ou ignorância. Maldade por aleijar uma árvore bonita, tirando as frutas das mãos do povo. Poxa! Não estava fazendo mal a ninguém! Ignorância por fazerem a "poda anual". Só se poda uma árvore se o galho estiver morto, podre, ou se estiver num local de risco. Se não, deixa a árvore crescer.
Nossas cidades, podem ver, estão cheias de árvores aleijadas, deformadas.
Fiquei triste =(
Por isso, ainda não sei se foi maldade ou ignorância. Maldade por aleijar uma árvore bonita, tirando as frutas das mãos do povo. Poxa! Não estava fazendo mal a ninguém! Ignorância por fazerem a "poda anual". Só se poda uma árvore se o galho estiver morto, podre, ou se estiver num local de risco. Se não, deixa a árvore crescer.
Nossas cidades, podem ver, estão cheias de árvores aleijadas, deformadas.
Fiquei triste =(
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Lixo eleitoral
Passei a semana e meia anterior às eleições sem recusar os papéis de políticos que me entregavam pelo caminho. Juntei este tanto aí. Confesso que acreditava que juntaria mais. No meio do monte de folhetos simples, consegui duas Manuelas, um jornal, um adesivo e muitas coisas repetidas que me entregavam de dois e três duma vez.
Tudo isso e mais aqueles tapetes que encontramos na entradas dos colégios formam um lixo eleitoral (achavam que eu estava falando dos políticos, né?). Encontrei papéis até do PV! E só um era reciclado.
Falaram que ontem era a "festa da democracia". Mas, não é muita democracia quando a gente é obrigado a votar, quando os votos nulos e brancos não são válidos, quando as pessoas são convocadas pra serem mesárias.
Enfim, o segundo turno desta democracia vem aí pra fazer mais filas de pessoas que não sabem o que querem.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Botei um ovo em pé
Tudo culpa do equinócio. A sabedoria chinesa já sabia disso há muuuuito tempo, mas eu só descobri ontem, através da Natacha. Estudo mais recentes confirmaram que durante uma semana antes e uma semana após os equinócios (quando se passa para a primavera e para o outono) a Terra está em equilíbrio e é possível deixar os ovos em pé sem grandes dificuldades. É nessa época do ano, também, que os dias e as noites têm o mesmo tamanho. Daí, eu tentei. E consegui! Olha só:
Essa foto abaixo é da Natacha (que também botou ovos em pé):
Não é truque. Pode tentar em casa. Mas, tem que ser rápido, porque o equinócio foi dia 23. Vou ensinar (as instruções são do site www.insite.com.br/rodrigo/misc/ovoempe/):
1. Pegue um ou mais OVOS. Gelados ou não; não importa.
2. Verifique se não há nenhuma saliência na parte bojuda do OVO, que será a parte sobre a qual ele se equilibrará. Se houver, selecione outro.
3. Escolha o local para realizar a façanha. Não importa o material da superfície. Aliás, quanto mais lisa, maior será o efeito do fenômeno. O único requisito é que seja plana, e não esteja sujeita a choques ou interferências externas (ventos, esbarrões, empregadas, crianças e outros animais domésticos). – Adorei a parte dos “outros animais domésticos”
4. A melhor técnica para equilibrar OVOS é segurá-lo na parte mais fina e apoiar a base na mesa. Tente mudar de posição caso não consiga.
5. Não entre em pânico. A média de tempo para equilibrar-se um OVO, em pessoas com habilidade manual normal, é de dois minutos. Alguns não conseguem equilibrá-lo de forma alguma, outras conseguem em tempo mínimo, quase que intuitivamente. Se não conseguir chame outra pessoa mais calma e depois que ela parar de rir da sua cara, peça a ela que tente.
6. Obtendo sucesso, junte o maior número de testemunhas oculares quanto seja possível e, se possível, perpetue-o com um registro durável (fotografia, vídeo ou pintura). Faça isto, pois, além de você não conseguir fazer de novo tal proeza em outra época, ninguém vai acreditar que você realmente conseguiu.
7. Após efetivar a experiência, divulgue-a a todas as pessoas que encontrar pela frente. Comunique também a todos o evento e seu sucesso (ou fracasso, se bem que seja raro)! – É o que eu estou fazendo. =D Além de trazer cultura para o povo.
Essa foto abaixo é da Natacha (que também botou ovos em pé):
Não é truque. Pode tentar em casa. Mas, tem que ser rápido, porque o equinócio foi dia 23. Vou ensinar (as instruções são do site www.insite.com.br/rodrigo/misc/ovoempe/):
1. Pegue um ou mais OVOS. Gelados ou não; não importa.
2. Verifique se não há nenhuma saliência na parte bojuda do OVO, que será a parte sobre a qual ele se equilibrará. Se houver, selecione outro.
3. Escolha o local para realizar a façanha. Não importa o material da superfície. Aliás, quanto mais lisa, maior será o efeito do fenômeno. O único requisito é que seja plana, e não esteja sujeita a choques ou interferências externas (ventos, esbarrões, empregadas, crianças e outros animais domésticos). – Adorei a parte dos “outros animais domésticos”
4. A melhor técnica para equilibrar OVOS é segurá-lo na parte mais fina e apoiar a base na mesa. Tente mudar de posição caso não consiga.
5. Não entre em pânico. A média de tempo para equilibrar-se um OVO, em pessoas com habilidade manual normal, é de dois minutos. Alguns não conseguem equilibrá-lo de forma alguma, outras conseguem em tempo mínimo, quase que intuitivamente. Se não conseguir chame outra pessoa mais calma e depois que ela parar de rir da sua cara, peça a ela que tente.
6. Obtendo sucesso, junte o maior número de testemunhas oculares quanto seja possível e, se possível, perpetue-o com um registro durável (fotografia, vídeo ou pintura). Faça isto, pois, além de você não conseguir fazer de novo tal proeza em outra época, ninguém vai acreditar que você realmente conseguiu.
7. Após efetivar a experiência, divulgue-a a todas as pessoas que encontrar pela frente. Comunique também a todos o evento e seu sucesso (ou fracasso, se bem que seja raro)! – É o que eu estou fazendo. =D Além de trazer cultura para o povo.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Expressão
terça-feira, 17 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Andando de ônibus
Quem anda de ônibus já conheceu uma renca de cobradores. Nestes últiimos dias, me peguei pensando nos que eu conheci. Alguns, não ocupam espaço na minha memória. Já outros foram muito marcantes.
Tinha o cobrador do ônibus que eu pegava pra ir pro curso técnico. Ele era bem simpático e a gente ia conversando a viagem inteira (uns 15 minutos, no máximo). Ano passado eu passei por ele na rua; acho até que ele me reconheceu.
Uma das vezes que eu me perdi em Porto Alegre, tive a sorte de encontrar uma cobradora muito simpática. Ela me deixou ficar no ônibus pra viagem de volta e deu risada comigo. Na saída, ainda tirou uma onda com a minha cara: "Te informa bem de que lado tu tem que pegar o trem". Eu ri.
O cobrador do ônibus que eu pego pra ir para o trabalho atualmente dá bom dia pra todo mundo. Bem simpático ele. Quando a gente responde ele até pergunta "tudo bem?". Ele conversa com as pessoas, se diverte enquanto trabalha. Só não converso com ele porque me tornei um pouco tímida para essas relações sociais e porque a essa hora da manhã ainda sou meio zumbi. Mesmo assim, o bom humor do cobrador faz a gente se sentir um pouco melhor. Parece que o clima do ônibus muda de acordo com o cobrador e o motorista.
Em compensação, lembro de um cobrador que era exatamente o oposto. Eu entrei na condução, disse "oi" enquanto passava a roleta e pagava a passagem e recebi de volta só um murmúrio. Tudo bem, a pessoa não tem a obrigação de estar de bom humor. Problema era que eu não sabia onde tinha que descer, ou seja, precisava pedir para ele me avisar. Pedi. Ele respondeu: "Se eu lembrar, eu aviso". Não lembrou. Mas, eu descobri onde tinha que descer.
Esses são apenas alguns que eu achei que mereciam destaque. Agora, dá uma olhada no cobrador desta reportagem. Bem legal a ideia. Cada um faz o que pode para melhorar seu ambiente de trabalho, né?
Fica aqui minha homenagem aos cobradores simpáticos que fazem a nossa rotina menos ruim.
Tinha o cobrador do ônibus que eu pegava pra ir pro curso técnico. Ele era bem simpático e a gente ia conversando a viagem inteira (uns 15 minutos, no máximo). Ano passado eu passei por ele na rua; acho até que ele me reconheceu.
Uma das vezes que eu me perdi em Porto Alegre, tive a sorte de encontrar uma cobradora muito simpática. Ela me deixou ficar no ônibus pra viagem de volta e deu risada comigo. Na saída, ainda tirou uma onda com a minha cara: "Te informa bem de que lado tu tem que pegar o trem". Eu ri.
O cobrador do ônibus que eu pego pra ir para o trabalho atualmente dá bom dia pra todo mundo. Bem simpático ele. Quando a gente responde ele até pergunta "tudo bem?". Ele conversa com as pessoas, se diverte enquanto trabalha. Só não converso com ele porque me tornei um pouco tímida para essas relações sociais e porque a essa hora da manhã ainda sou meio zumbi. Mesmo assim, o bom humor do cobrador faz a gente se sentir um pouco melhor. Parece que o clima do ônibus muda de acordo com o cobrador e o motorista.
Em compensação, lembro de um cobrador que era exatamente o oposto. Eu entrei na condução, disse "oi" enquanto passava a roleta e pagava a passagem e recebi de volta só um murmúrio. Tudo bem, a pessoa não tem a obrigação de estar de bom humor. Problema era que eu não sabia onde tinha que descer, ou seja, precisava pedir para ele me avisar. Pedi. Ele respondeu: "Se eu lembrar, eu aviso". Não lembrou. Mas, eu descobri onde tinha que descer.
Esses são apenas alguns que eu achei que mereciam destaque. Agora, dá uma olhada no cobrador desta reportagem. Bem legal a ideia. Cada um faz o que pode para melhorar seu ambiente de trabalho, né?
Fica aqui minha homenagem aos cobradores simpáticos que fazem a nossa rotina menos ruim.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Quando o segundo arco-íris chegar...
Minha mesa fica ao lado da janela, no terceiro andar. Foi dali que minha colega viu o arco-íris hoje de manhã e me avisou. Ele foi aparecendo, cada vez mais brilhante no céu. De vez em quando, eu olhava um pouquinho pra ele, só pra me sentir mais feliz.
Numa destas vezes, vi que a "ponta" dele caía atrás de um prédio. Parecia que ia colorir todo o morro. Foi quando eu percebi o segundo arco-íris ao lado. Saquei a câmera (que não é das melhores, diga-se de passagem) e tirei a foto com o braço esticado pra fora da janela. Ao vivo, obviamente, era bem mais bonito (e visível).
Segundo fontes confiáveis (meu pai e minha tia), lá
Viu? Meu blog também é cultura.
sábado, 3 de julho de 2010
Fermina Daza
“Impressionaram-na sua simplicidade e sua seriedade, e a raiva cultivada com tanto amor durante tantos dias se apaziguou de pronto.”
Gabriel García Márquez – O amor nos tempos do cólera
Gabriel García Márquez – O amor nos tempos do cólera
domingo, 27 de junho de 2010
De aniversário
Está é a minha foto de aniversário.
E o meu versículo de aniversário é o seguinte, que lemos hoje no culto:
"Estou certo de que o Senhor está sempre comigo; ele está ao meu lado direito, e nada pode me abalar. Por isso o meu coração está feliz e alegre, e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro, porque tu, ó Deus, me proteges do poder da morte."
Sl 16.8-10a
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Desejos
Do arquivo.
Quero a vida divertida
como um parque num dia de sol.
Quero os brinquedos vivendo
e os gritos girando no ar.
Quero mil e uma cores
numa enchente de luz.
Quero o riso das crianças
sem freios, sem vergonha.
Quero o sonho, quero a alma.
Quero os olhares profundos, vivos.
Quero a vida pra viver.
Quero a vida divertida
como um parque num dia de sol.
Quero os brinquedos vivendo
e os gritos girando no ar.
Quero mil e uma cores
numa enchente de luz.
Quero o riso das crianças
sem freios, sem vergonha.
Quero o sonho, quero a alma.
Quero os olhares profundos, vivos.
Quero a vida pra viver.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Pinhão Crú Cozido
A revista Galileu deste mês traz uma reportagem sobre uma gramática nova que o linguista Ataliba de Castilho escreveu. Digamos que é uma gramática da língua brasielira. O autor propõe que todos os falantes da língua são senhores dela. Todas as formas de falar e escrever estariam corretas, porque é como as pessoas se entendem. Ou seja, falar "ceisvão" no lugar de "vocês vão" não teria nada de errado. Na entrevista para a revista, Ataliba diz que "(...) o objetivo das boas gramáticas é desnvolver o conhecimento linguístico armazenado na mente dos falantes (...)".
Eu, que até o final dos meus 14 anos tive aversão de estudar a língua portuguesa, defendo que este estudo é fundamental para entender não apenas os livros e textos, mas, inclusive, a língua falada.
Pergunto-me se o verbo "sifu" (eu mifu, tu sifu, ele sifu, como consta na matéria) será realmente estudado em sala de aula. E se uma criança, como meu primo fez (na parede do meu quarto), escrever "neulugar" (que significa "nenhum lugar"), dirão que está errada ou não. E, de repente, quando ela estiver lendo um livro e se deparar com a palavra "nenhum" ela vai saber o que significa. Estou subestimando a inteligência da criança, mas quantas vezes vocês já encontraram uma palavra desconhecida em um livro, porque, na verdade, a conheciam diferente, com os vícios da língua falada?
Além disso, existem todas as gírias de cada região. Logo logo, teremos oficialmente vários dialetos (ou será que já temos?). Ataliba também defende que todas essas variações (inclusive as da língua falada e escrita) estão certas, "cada uma em seu contexto".
Então, a placa que dá título a este texto está certa em seu contexto? (Desculpem-me de não conseguir tirar uma foto dela ainda). Parece que sim, pois, apesar de ofender a estética e a língua culta, ela se faz entender.
Eu, que até o final dos meus 14 anos tive aversão de estudar a língua portuguesa, defendo que este estudo é fundamental para entender não apenas os livros e textos, mas, inclusive, a língua falada.
Pergunto-me se o verbo "sifu" (eu mifu, tu sifu, ele sifu, como consta na matéria) será realmente estudado em sala de aula. E se uma criança, como meu primo fez (na parede do meu quarto), escrever "neulugar" (que significa "nenhum lugar"), dirão que está errada ou não. E, de repente, quando ela estiver lendo um livro e se deparar com a palavra "nenhum" ela vai saber o que significa. Estou subestimando a inteligência da criança, mas quantas vezes vocês já encontraram uma palavra desconhecida em um livro, porque, na verdade, a conheciam diferente, com os vícios da língua falada?
Além disso, existem todas as gírias de cada região. Logo logo, teremos oficialmente vários dialetos (ou será que já temos?). Ataliba também defende que todas essas variações (inclusive as da língua falada e escrita) estão certas, "cada uma em seu contexto".
Então, a placa que dá título a este texto está certa em seu contexto? (Desculpem-me de não conseguir tirar uma foto dela ainda). Parece que sim, pois, apesar de ofender a estética e a língua culta, ela se faz entender.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Vencida
Já perdi a conta de quantas palestras sobre "vencer na vida" eu assisiti até hoje. A maioria delas, não por acaso, enquanto estava na faculdade. Isso porque "vencer na vida" está diretamente ligado a sua profissão, dizem. Geralmente, essas palestras são ministradas por profissionais que se destacam em sua área, ou, que "venceram".
Pra quem ainda não foi numa palestra assim, vou contar como é:
Primeiro, o palestrante se apresenta (ou alguém o apresenta), diz o que faz e fala dos seus grandes feitos. Depois, ele começa a falar sobre como as coisas funcionam no mundo, o que ajuda a vencer e o que impede de vencer, sempre com exemplos da sua carreira e de outras pessoas. Piadinhas estão sempre lá, para todos ficarem mais relaxados e abertos às ideias, que são sempre as mesmas, fundamentalmente.
Fala-se sobre estudar bastante, trabalhar bastante, dar o melhor de si. Suar muito é imprescindível, assim como ter momentos de ispiração. Tem que ser melhor que os outros. Sempre. Se não, o outro é que vai vencer. E pregam que você tem que ser assim (você = todos os ouvintes, o que não pode fazer sentido).
Os discursos são bastante flexíveis em um aspecto: pode-se vencer sendo o melhor na sua empresa, na sua área, inventando uma área nova, criando sua própria empresa...
Mas, e se eu não quiser ser "o melhor"? Ninguém cogita esta possibilidade. E você vai me perguntar: por que alguém não quereria ser "o melhor"?
"O melhor" já é um termo bem relativo. Melhor em quê? Melhor como? Melhor do que quem? Além disso, é muito cansativo e estressante. Pago de preguiçosa. Mas, não é isso. A questão é que eu tenho uma vida pra viver, não pra trabalhar. Tudo bem que é importante trabalhar, aliás, é fundamental (mas, quando eu virar hippie, tudo será diferente). Agora, ser obrigado a ser o melhor é muita pressão.
Acredito que ser a melhor no que eu faço não vai me fazer feliz. Só vai me fazer a melhor e, talvez, até famosa ou rica. Seria rica, famosa e estressada de tanto trabalhar, fazer hora extra e levar trabalho pra casa todo dia, deixar de fazer coisas que eu gosto por causa do trabalho.
E o pior de tudo: se eu vencer, alguém tem que perder. O que me leva a outra filosofia: se eu não vencer, quer dizer que eu perdi? Mas, perdi o quê? Perdi de vencer? Começa a ficar confuso aqui.
Enfim, não gosto de toda essa competitividade. Nunca gostei. As pessoas deveriam ajudar umas as outras e não tentar derrubá-las.
Pra quem ainda não foi numa palestra assim, vou contar como é:
Primeiro, o palestrante se apresenta (ou alguém o apresenta), diz o que faz e fala dos seus grandes feitos. Depois, ele começa a falar sobre como as coisas funcionam no mundo, o que ajuda a vencer e o que impede de vencer, sempre com exemplos da sua carreira e de outras pessoas. Piadinhas estão sempre lá, para todos ficarem mais relaxados e abertos às ideias, que são sempre as mesmas, fundamentalmente.
Fala-se sobre estudar bastante, trabalhar bastante, dar o melhor de si. Suar muito é imprescindível, assim como ter momentos de ispiração. Tem que ser melhor que os outros. Sempre. Se não, o outro é que vai vencer. E pregam que você tem que ser assim (você = todos os ouvintes, o que não pode fazer sentido).
Os discursos são bastante flexíveis em um aspecto: pode-se vencer sendo o melhor na sua empresa, na sua área, inventando uma área nova, criando sua própria empresa...
Mas, e se eu não quiser ser "o melhor"? Ninguém cogita esta possibilidade. E você vai me perguntar: por que alguém não quereria ser "o melhor"?
"O melhor" já é um termo bem relativo. Melhor em quê? Melhor como? Melhor do que quem? Além disso, é muito cansativo e estressante. Pago de preguiçosa. Mas, não é isso. A questão é que eu tenho uma vida pra viver, não pra trabalhar. Tudo bem que é importante trabalhar, aliás, é fundamental (mas, quando eu virar hippie, tudo será diferente). Agora, ser obrigado a ser o melhor é muita pressão.
Acredito que ser a melhor no que eu faço não vai me fazer feliz. Só vai me fazer a melhor e, talvez, até famosa ou rica. Seria rica, famosa e estressada de tanto trabalhar, fazer hora extra e levar trabalho pra casa todo dia, deixar de fazer coisas que eu gosto por causa do trabalho.
E o pior de tudo: se eu vencer, alguém tem que perder. O que me leva a outra filosofia: se eu não vencer, quer dizer que eu perdi? Mas, perdi o quê? Perdi de vencer? Começa a ficar confuso aqui.
Enfim, não gosto de toda essa competitividade. Nunca gostei. As pessoas deveriam ajudar umas as outras e não tentar derrubá-las.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Bienal na minha casa
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Os meninos-soldados
Terminei hoje, no ônibus. Costumo ler bastante no transporte público, já que passo quase duas horas do meu dia viajando. Enquanto lia as últimas frases, tive aquele sentimento triste e alegre que acontece sempre que termino um bom livro. Alegre, porque é um bom livro, que valeu a pena ser lido. Triste, porque é um bom livro e a história acabou. Deu vontade de ler mais. Talvez, de novo.
O nome do livro é "Muito longe de casa - memórias de um menino-soldado", de Ishmael Beah. O autor conta sobre sua vida quando a guerra civil estoura no seu país, a Serra Leoa, e como ele foge da guerra e, depois, é forçado a lutar ao lado dos militares. Tudo isso acontece quando ele ainda é um adoslescente novo. É uma história bastante pesada, porque entra em detalhes sobre a guerra, as mortes e os sentimentos dele em meio a toda aquela loucura.
Como disse a amiga que me emprestou o livro, "tem horas que tu tem que parar de ler e pensar que ele escreveu a história", porque a gente pensa que ele pode não sobreviver. Tem algumas partes engraçadas, mas, em geral, é bem triste.
Outra coisa que me fascinou, foi as descrições sobre a cultura. Valoriza-se muito a família, o tempo que se passa com ela, também a natureza, as histórias, a própria cultura. Ele conta que gostava de observar a lua. Daí, eu fiquei pensando quando é que eu paro pra observar a lua, as estrelas ou mesmo as nuvens? Não que eu nunca tenha feito isso, mas posso contar nos dedos quantas vezes foram.
Acabei ficando triste por todas as coisas que acontecem naquele país, na África, aqui no Brasil e em tantos outros lugares. Por outro lado, fiquei feliz por alguém ter se encorajado a escrever sobre isso. Acredito que foi necessário muita coragem, pois ele mesmo comenta no livro que não gostava de falar sobre seus anos como soldado por causa de todas as lembranças que lhe traziam. Não deve ser fácil escrever sobre uma coisa que causa dor.
Enfim, fica a sugestão de leitura para que, como eu, gosta de ler um bom romance no ônibus, para quem gosta de história, de histórias de guerra, de histórias reais ou, simplesmente, para quem se interessou.
O nome do livro é "Muito longe de casa - memórias de um menino-soldado", de Ishmael Beah. O autor conta sobre sua vida quando a guerra civil estoura no seu país, a Serra Leoa, e como ele foge da guerra e, depois, é forçado a lutar ao lado dos militares. Tudo isso acontece quando ele ainda é um adoslescente novo. É uma história bastante pesada, porque entra em detalhes sobre a guerra, as mortes e os sentimentos dele em meio a toda aquela loucura.
Como disse a amiga que me emprestou o livro, "tem horas que tu tem que parar de ler e pensar que ele escreveu a história", porque a gente pensa que ele pode não sobreviver. Tem algumas partes engraçadas, mas, em geral, é bem triste.
Outra coisa que me fascinou, foi as descrições sobre a cultura. Valoriza-se muito a família, o tempo que se passa com ela, também a natureza, as histórias, a própria cultura. Ele conta que gostava de observar a lua. Daí, eu fiquei pensando quando é que eu paro pra observar a lua, as estrelas ou mesmo as nuvens? Não que eu nunca tenha feito isso, mas posso contar nos dedos quantas vezes foram.
Acabei ficando triste por todas as coisas que acontecem naquele país, na África, aqui no Brasil e em tantos outros lugares. Por outro lado, fiquei feliz por alguém ter se encorajado a escrever sobre isso. Acredito que foi necessário muita coragem, pois ele mesmo comenta no livro que não gostava de falar sobre seus anos como soldado por causa de todas as lembranças que lhe traziam. Não deve ser fácil escrever sobre uma coisa que causa dor.
Enfim, fica a sugestão de leitura para que, como eu, gosta de ler um bom romance no ônibus, para quem gosta de história, de histórias de guerra, de histórias reais ou, simplesmente, para quem se interessou.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
MEU CAMINHO
Quando passei por aquele caminho a primeira vez, tudo me era novo e parecia que eu não pertencia àquele lugar. Foi assim das primeiras vezes. Cada pessoa que passava, parecia me olhavam de cima abaixo, sempre tentando descobrir de que tribo eu vinha. Mas, aquele ainda seria meu caminho.
Passei a não perceber mais as pessoas por quem passava, e cada vez o caminho parecia mais curto. Já reconhecia alguns rostos, alguns hábitos, horários... Acostumava-me a ideia de passar por aquelas casas, com aquelas mesmas janelas, sempre vazias, outras fechadas, com aquela única porta aberta, protagonizada por um simples trabalhador.
Logo mais, aquelas pessoas me pareciam amigos. Só que não eram. Não são. Já não percebia as cores diferentes das casas, nem as árvores com seus galhos. Sabia de cor onde podia pisar e quais eram as partes mais fáceis de caminhar. Tudo que passava ao meu lado era um simples filme que ficava rodando de novo e de novo, ao qual eu não prestava mais atenção.
Quando alguém passava por mim, já sabia quem era sem nem levantar o rosto. Reconhecia seus sapatos, seus passos e velocidades. Não as cumprimentava, mas sabia que elas também me reconheciam e eu já fazia parte daquele caminho.
Era o MEU caminho.
Pertencia tanto àquele lugar que, ao encontrar uma daquelas personagens a quilômetros dali, cheguei a sorrir e cumprimentá-la verbalmente. E às pessoas novas que cruzavam, eu dirigia meu olhar, de cima abaixo, imaginando o que elas estariam fazendo ali, no MEU caminho.
Passei a não perceber mais as pessoas por quem passava, e cada vez o caminho parecia mais curto. Já reconhecia alguns rostos, alguns hábitos, horários... Acostumava-me a ideia de passar por aquelas casas, com aquelas mesmas janelas, sempre vazias, outras fechadas, com aquela única porta aberta, protagonizada por um simples trabalhador.
Logo mais, aquelas pessoas me pareciam amigos. Só que não eram. Não são. Já não percebia as cores diferentes das casas, nem as árvores com seus galhos. Sabia de cor onde podia pisar e quais eram as partes mais fáceis de caminhar. Tudo que passava ao meu lado era um simples filme que ficava rodando de novo e de novo, ao qual eu não prestava mais atenção.
Quando alguém passava por mim, já sabia quem era sem nem levantar o rosto. Reconhecia seus sapatos, seus passos e velocidades. Não as cumprimentava, mas sabia que elas também me reconheciam e eu já fazia parte daquele caminho.
Era o MEU caminho.
Pertencia tanto àquele lugar que, ao encontrar uma daquelas personagens a quilômetros dali, cheguei a sorrir e cumprimentá-la verbalmente. E às pessoas novas que cruzavam, eu dirigia meu olhar, de cima abaixo, imaginando o que elas estariam fazendo ali, no MEU caminho.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Novo emprego
domingo, 14 de março de 2010
Alvo
Caíram olhos pesados sobre mim;
sugaram ouvidos atentos,
vomitaram línguas sedentas em mim.
Supuseram pessoas demais sobre o que era
(ou poderia ser)
Beliscaram vozes famintas
por um prato de intriga.
Pesaram sobre mim
olhares amigos estranhos.
sugaram ouvidos atentos,
vomitaram línguas sedentas em mim.
Supuseram pessoas demais sobre o que era
(ou poderia ser)
Beliscaram vozes famintas
por um prato de intriga.
Pesaram sobre mim
olhares amigos estranhos.
segunda-feira, 1 de março de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Como conseguir as coisas
Esta é uma história verídica, contada pela minha mãe, protagonizada por uma amiga dela.
A mulher, já no caixa da loja, com as compras para pagar, pergunta à moça:
- Quanto custa aquele tripé para panelas ali?
- Não está a venda. É para exposição dos produtos da loja apenas. - responde a atendente.
Nossa personagem fica confusa, já que não há um único objeto sendo exposto no tal tripé.
- Mas, não tem nada nele.
- Pois é, mas não está à venda.
Não muito conformada, ela paga suas compras (a prazo) e vai embora.
No mês seguinte, ela volta à loja para pagar mais uma prestação e nota que o tripé continua lá, sem cumprir sua missão de expor alguma coisa. Ela insiste:
- Quanto custa aquele tripé?
- Não está a venda. Ele está aí para exposição dos produtos da loja.
- Mas, está vazio. Estive aqui no mês passado e não tinha nada nele. E continua vazio.
A moça da loja resolve chamar seu colega. Nossa protagonista explica tudo para ele, que decide que o melhor a fazer é chamar o gerente. Mais uma vez, ela argumenta sobre a falta de utilidade do tripé para a loja e a utilidade que ela daria ao objeto em sua casa (guardar sua coleção de panelas de ferro).
O gerente da loja, sem argumentos suficientes e convencido pela cliente, decide ceder à insitência.
Viu? É assim que se faz. Quando eu crecer, quero ser que nem ela.
A mulher, já no caixa da loja, com as compras para pagar, pergunta à moça:
- Quanto custa aquele tripé para panelas ali?
- Não está a venda. É para exposição dos produtos da loja apenas. - responde a atendente.
Nossa personagem fica confusa, já que não há um único objeto sendo exposto no tal tripé.
- Mas, não tem nada nele.
- Pois é, mas não está à venda.
Não muito conformada, ela paga suas compras (a prazo) e vai embora.
No mês seguinte, ela volta à loja para pagar mais uma prestação e nota que o tripé continua lá, sem cumprir sua missão de expor alguma coisa. Ela insiste:
- Quanto custa aquele tripé?
- Não está a venda. Ele está aí para exposição dos produtos da loja.
- Mas, está vazio. Estive aqui no mês passado e não tinha nada nele. E continua vazio.
A moça da loja resolve chamar seu colega. Nossa protagonista explica tudo para ele, que decide que o melhor a fazer é chamar o gerente. Mais uma vez, ela argumenta sobre a falta de utilidade do tripé para a loja e a utilidade que ela daria ao objeto em sua casa (guardar sua coleção de panelas de ferro).
O gerente da loja, sem argumentos suficientes e convencido pela cliente, decide ceder à insitência.
Viu? É assim que se faz. Quando eu crecer, quero ser que nem ela.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Muda
Foi uma experiência muito bacana. No meio do congresso e sem aviso prévio apareceram três pessoas portadoras de deficiência (PPDs): um maneta, uma cega e uma muda. Muitos foram os olhares de confusão que não entendiam o porquê daquilo tudo. Mas, é isso mesmo, nem sempre se sabe porque as pessoas estão assim.
Éramos três pessoas com necessidades especiais vivendo a vida normalmente, experimentando as possibilidades de comunicação e movimentação, observando os olhares alheios e procurando responder as perguntas. Éramos três pessoas que se ajudavam mutuamente.
Pra mim, foi interessante entender um pouquinho quais as dificuldades dos PPDs. As pessoas não conversavam comigo, acho que por não saberem como o fazer. Parece que falta um pouco de interesse das pessoas em aprender a se comunicar quando existe uma barreira. Não sei se por medo ou por preguiça... ou por alguma outra coisa.
E se fosse de verdade, se as pessoas não soubessem que era apenas uma intervenção, seria diferente?
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Changing Diapers
Sabia que nas entrevistas para fazer intercâmbio para Au Pair eles te pedem para explicar como se troca fraldas de bebês... em inglês?
Listo, abaixo, alguns métodos práticos (em português):
1. Pegue uma tesoura e corte a fralda do bebê. Peça para outra pessoa segurar firmemente uma fralda limpa. Jogue o bebê para cima, fazendo-o cair dentro da fralda. Um pouco antes de ele cair dentro da fralda, jogue talco no ar. Dê um beijo no bebê e coloque-o no berço.
2. Escolha uma caixa grande. Coloque dentro da caixa o bebê, uma fralda limpa, talco e panos umedecidos. Feche a caixa. Chacoalhe a caixa ao som de salsa. Tire o bebê da caixa. Coloque a fralda suja no lixo. Dê um beijo no bebê e coloque-o no berço.
3. Compre um óculos infantil. Ache um livro sobre cuidados com o bebê. Entregue-os para o bebê com um pacote de fraldas. Deixe que ele se vire sozinho, assim ele será uma pessoa independente.
4. Ligue para a mamãe e deixe que ela faça o serviço.
5. Pegue o bebê com carinho. Jogue-o no lixo. Procure outro igual no Mercado Livre e peça entrega imediata.
Será que eu passo?
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